O futebol brasileiro, tradicionalmente conhecido por seu talento exuberante e vitórias históricas, parece estar atravessando um momento de crise. No sub-20, a derrota por 6×0 para a Argentina na estreia do Campeonato Sul-Americano foi um claro reflexo do desmantelamento do que antes era uma das maiores forças do futebol mundial. A goleada expõe de forma dramática as dificuldades que a seleção enfrenta, mas também é um retrato de um cenário mais amplo: o enfraquecimento do futebol brasileiro como um todo.
Hoje, a safra de jogadores considerados “promissores” está em declínio. Os garotos que estão sendo apontados como as maiores promessas do Brasil, os futuros representantes da nossa seleção principal, já demonstram fragilidades em um momento que deveria ser de amadurecimento e grande desempenho. A derrota pesada para a Argentina, aliás, expõe não apenas a falta de qualidade técnica, mas também a ausência de uma preparação sólida que os prepare para os desafios internacionais.
A pergunta que surge é: o que aconteceu com o nosso futebol? O país que se orgulhava de suas seleções, que celebrava a magia dos dribles, a força das jogadas coletivas e a criatividade individual, parece ter perdido o brilho. A crítica não vem apenas da derrota em si, mas da falta de evolução. Em um contexto em que outros países parecem ter se profissionalizado em todas as esferas do futebol — desde a base até a preparação dos atletas —, o Brasil se vê lutando para manter sua posição de destaque.
Além disso, o desinteresse dos brasileiros por assistir à seleção jogar é evidente. A paixão que sempre uniu o país em torno da seleção parece estar se dissipando. Muitos torcedores se sentem envergonhados com as exibições e com a queda de qualidade, e o futebol, que antes era uma verdadeira festa, passou a ser visto com desconforto e desconfiança. A falta de resultados expressivos e a incapacidade de formar um time coeso são fatores que têm afastado cada vez mais os brasileiros do estádio e da televisão.
Em um cenário como esse, a grande pergunta que fica é: até quando vamos continuar a ver o futebol brasileiro em declínio, e o que será necessário para reconstruir a nossa história no esporte? A perda da identidade, a falta de novos ídolos e a perda de conexão com as gerações mais jovens são sintomas claros de um processo de deterioração que precisa ser enfrentado com urgência. Se o Brasil quiser voltar a ser o gigante do futebol, mudanças profundas são necessárias, tanto no desenvolvimento dos jogadores quanto na forma como encaramos a formação de atletas e a competitividade internacional.
